Existirá algo mais estúpido do que cartas-corrente? Montanhas de e-mails enviados acerca das crianças mal tratadas, da pedofilia, de crianças doentes, do primo da amiga da tia que sofreu acidente grave, do doente mental que precisa urgentemente de uma PSP, (esta era autobiográfica) do hospital que tinha um quarto amaldiçoado, do hi5 e finalmente, e digo isto, note-se, aterrorizado, das cartas corrente que dão azar durante 7 anos se não reenviar para 50 amigos. Experiência própria: nunca mais tive namorada depois de não reenviar uma carta corrente da sorte. Antes também nunca tinha tido.
A questão põe-se, e é a seguinte:
Parece-me óbvio que não tenho 50 amigos, possivelmente nem 50 conhecidos, aliás, já a contar com os familiares, colegas e professores, talvez não chegue aos 30. Quer dizer, talvez se der um passeio pelas ruas e perguntar o e-mail a cada uma, perfaça a bonita soma de 50, mas ainda assim duvido da validade do reenvio. As pessoas que encontro na rua, podem não ser minhas amigas! Que malévolas, já imaginaram?
Noto que as cartas-corrente são só para gente popular. Fico triste. Pego na faca. Vejo se a lâmina está afiada. Parece que sim, esguicha-me sangue nos pulsos. Divago.
Quem me dera ser popular. Quem me dera esfrangalhar este cabelo de risco ao lado que tenho desde os 4 anos, e partir estes óculos de hastes quadradas. Sim, quem me dera ter lentes de contacto. Quem me dera… Quem me dera ser fixe, e ter mais 49 amigos.
Eu quero ter sexo nos próximos 7 anos e preciso urgentemente de 50 amigos. Vá, não precisam ser meus amigos, dêem-me só os vossos e-mails. Que mau feitio! Ok, vou procurar no Sapo!