barbaridades

Eduardo Barroso, em entrevista ao Recas sobre o clássico Benfica X Porto:

“No Benfica, aquele que ostenta a braçadeira, tem o número 20 nas costas e que quis um dia tirar o título ao Sporting não devia terminar o jogo. Gostava que fosse expulso”
e continua...
“Era bom que o Petit, o Quaresma e o Pepe, se jogar, vissem também o vermelho. Como sou um desportista, não quero que ninguém se lesione”

Eduardo Barroso, conhecido fanático e/ou doente sportinguista é, como se lê, um tipo que prima pelo desportivismo e fairplay.
Um bem haja e as melhoras, senhor Eduardo Barroso.

Da Weasel apresenta...

Diga-se o que se disser, são uma banda bem completa e algo eclética.
Background hiphop, - não? - juntaram-lhe guitarras, baixo e bateria e foram, esquecendo rótulos e estereótipos, deitaram a casa a baixo com "'Tás na boa" e daí seguiram, conquistando públicos com hits para veraneantes, mas também com músicas bem conseguidas e de manifesto bom gosto.
No último album apelaram ao génio de Manel Cruz, dos saudosos Ornatos Violeta, para uma parceria que não só é competente, como muito bem conseguida, em Casa. O talento inato de Manel Cruz ajuda, mas é aos Da Weasel que reconheço o mérito, mais que não seja por terem ido buscar à gaveta o nome de Manuel Cruz. Quanto a mim, é bem lembrado.
Desta vez, album a estrear segunda-feira, ouvi o single. É o hit. Fica no ouvido e é bem capaz de ser das piores músicas do album.
A ressalvar, isso sim, o título. Porque é de muito, muito bom gosto.
Da Weasel apresenta... Amor, Escárnio e Maldizer.

41º Rally de Portugal

Aquele que foi em tempos considerado, e bem, por muitos como o melhor rally do mundo está de volta ao campeonato do mundo, falo claro do Rally de Portugal. Este ano a sua 41ª edição arrancou com uma autêntica prenda para os fãs, a super especial no Estádio do Algarve, a qual infelizmente não pude ir ver, e percorre até domingo os sinuosos traçados escolhidos pelo ACP no Algarve e Alentejo, terminando com nova super especial no Estádio do Algarve, esta sim não perderei, para novo deleite de um dos melhores públicos que o WRC conhece por todo o mundo, e ao qual pilotos como Marcus Gronholm, Sébastien Loeb ou Mikko Hirvonen, os 3 melhor classificados no mundial, decerto não desapontarão.
Para mim, um incondicional fã destas andanças, a tarde de hoje foi óptima. Pude ver in loco num fantástico local, obrigado Bruno, todos os referidos e mais, muitos mais, à mistura com grande companheirismo entre todos os que lá nos deslocámos e uma bela chouriça e um pãozinho caseiro, que português que é português vai para todo o lado com o seu belo farnelito, só nos faltou mesmo levar umas mines e umas cadeirinhas daquelas que os velhotes levam para o Santuário de Fátima.
Por agora ficam aqui algumas fotos tiradas hoje na Serra o Caldeirão, e a promessa que virão outras da super especial de domingo.


(Sébastien Loeb)


(Armindo Araújo, que mais parecia que tinha ido à caça...)


(Jari-Matti Latvala)


(Manfred Stohl)

Portugal History X

Depois de atingir o estrelato e a fama, António Salazar leva a primeira facada nas costas.
É triste ver como esta malta que participa nos reality shows começa a decair logo após os tais 15 minutos, trágico mesmo.
Nos momentos que se seguiram a ter ganho o seu concurso, o jovem António pensava levar uma vida de prostitutas romenas e vinho verde, fama e glamour, viagens por discotecas e por programas da manhã a contar a sua história de vida, mas rapidamente compreendeu que a realidade de um famoso não é o conto de fadas que se vê na Floribella e nas entrevistas da Judite de Sousa.
Volvidas poucas horas sobre uma vitória esmagadora sobre um comuna, um homossexual reprimido, um navegador zarolho e um burocrata, o enérgico António viu a sua entourage, que o havia suportado de forma tão bonita, cair em desgraça.
Enquanto António havia falhado por pouco a maioria absoluta o seu séquito falhou miseravelmente.
Trágico. Cómico. Tragicómico.
Sonharam demasiado alto os seguidores do menino António? Porventura. Embalados pelo momentum do seu messias terão emulado Ícaro? Neste momento parece óbvio que sim, e os próprios serão os primeiros a admiti-lo.
Será a Direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa um passo demasiado largo para as pernas do pessoal da lista X? Não sei, mas parece-me que a letra identificativa da lista foi desde logo mal escolhida. Um X?
Muito fraquinho. É do senso comum que ninguém gosta do X. Em primeiro lugar porque já ninguém acredita naquela história "do
X marca o lugar do tesouro", se bem que o Caça ao Tesouro apresentado pela Catarina Furtado foi uma lufada de ar fresco nesta situação. Segundo e último ponto: para uma lista que defendia os valores tradicionais, o X parece-me demasiado radical, pois está presente em palavras estranhas e de natureza revolucionária como x-acto, xarope, xadrez, xeque-mate. Má escolha, portanto (a rever situação no futuro. utilizar letras nacionais e coerentes com a Família portuguesa como o O e o A.
Ao ter conhecimento destes resultados eleitorais o mais recente ex-famoso do país verteu uma lágrima (nunca ao canto do olho, que isso é coisa de tipos das colónias).
António, desgostoso com a vida e recentemente deixado pela namorada seguiu o exemplo de Zé Maria, abrindo um restaurante para fugir ao fisco. Vendo o negócio a correr mal, António Salazar dirige-se neste momento para a ponte 25 de Abril (raios partam as ironias da vida), não para saltar, mas apenas para dar uma mijinha...

O Grande Português

Homenagem a António de Oliveira Salazar, o maior (ditador, tirano, déspota, chupista, censor, castrador do livre pensamento e responsável pelo atraso de Portugal em relação aos restantes países da Europa - dizemos nós) Português de todos os tempos.


Momentos chave da final do programa Grandes Portugueses:

- Maria Elisa abre o programa.

- Odete Santos começa a mostrar sintomas de demência.

- Maria Elisa continua a apresentação do programa conversando com os muitos convidados.

- Odete Santos intervém pela primeira vez e tem uma luta feroz para não perder em directo um dente da sua prótese dentária. Acaba por engoli-lo.

- Maria Elisa mantém a conversa possível com os convidados dada a demência evidente de Odete Santos.

- salazar é nomeado o Grande Português. Paulo Portas esboça um sorriso.

- Odete Santos despe-se em directo para todo o mundo lusófono (Horrível!). Chama galinha a um membro da plateia, voltando o rabo para as câmaras, e grita palavras de ordem: “O Mundo não acabou, o Fascismo não vencerá!”

- Leonor Pinhão afirma ter filhos.

- Maria Elisa termina o programa.


Fica sempre bem falar mal de uns e de outros. Não querendo obviamente colocar no mesmo patamar Odete Santos e Salazar. A Odete está alguns degraus acima.

Se não é droga

Ao que parece nem só para traficar droga navegam os colombianos...

Zurras FM

Esta semana para não variar trazemos aos nossos leitores mais música de grande qualidade.
Lançado em 2003 sob a produção atenta de Johnny Ramone e de Rob Zombie, o álbum We're a Happy Family - A Tribute to Ramones é, na minha opinião, um dos tributos melhor conseguídos dos últimos anos. O artwork do álbum foi desenhado por Rob Zombie e o booklet contém textos escritos por Stephen King, o que atribui grande significado ao disco, tendo sido criado por verdadeiros fãs.
Estão lá os Metallica, os Red Hot Chili Peppers, os U2, Tom Waits, os Kiss, Greenday, Rob Zombie, Marilyn Manson, entre outros.
Entre esses outros conta-se Eddie Vedder, que por duas vezes dá voz a músicas do seu grande amigo Johnny Ramone.
Amigo de longa data de Johnny, tudo indica que a música "Life Wasted" do último álbum de Pearl Jam lhe seja dedicada, numa demonstração de grande apreço e carinho pelo mítico guitarrista dos Ramones.
Desde a morte de Johnny em 2004 que os Pearl Jam tocam muitas vezes nos seus concertos a música que aqui apresentamos, uma vez mais como forma de lembrar a banda de punk rock que influenciou meio mundo, senão todo o mundo musical com a sua forma de criar música e uma nova mentalidade.
Da Zurras FM para o mundo, Eddie Vedder & Zeke em "I Believe in Miracles", um original dos Ramones.

amador: o que ama

A selecção portuguesa de Rugby Union está no Mundial 2007 que será realizado em França.
É a primeira selecção com estatuto amador a conseguir tal feito após ter ganho ao Uruguai no conjunto dos dois jogos.
Tendo conseguído o apuramento por apenas um ponto, os senhores que alcançaram este feito histórico têm que ir trabalhar na segunda-feira, tal como qualquer um de nós.
Se isto não é verdadeiro amor a um desporto não sei o que será.
Porque falta muitas vezes aos chamados profissionais a parte do amor pela actividade que praticam, sabe bem ver o sucesso daqueles que praticam um desporto tal como ele nasceu, através da dedicação e do prazer de jogar.
Muitos parabéns aos Lobos.

PS: Parabéns também à rapaziada da Selecção de Futebol. Estes são profissionais, mas a arte do futebol e o amor à bola também andou pelos lados de Alvalade, e de que maneira. Sabe bem ver futebol assim.

Salazarista, eu?

Faço notar que sou leitor de "semana sim, semana não" da Visão e que, apesar de "tudo" - e já o discutiremos, o tudo - a acho a melhor revista do género.
Um dos meus hábitos ao ler esta revista é ir directo ao índice para lhe arrancar os destaques e os cronistas. Esta semana, no índice da Visão, borrifei-me para os cronistas, absorvi a página 60, com um "Teste: Serei Salazarista" e galgando páginas atrás delas, consumido, possuído por certa força fascistóide, dou de caras, não com o António de Oliveira, mas com uma crónica do José Carlos de Vasconcelos.
Erro de paginação. Vou a saber que é afinal na página 58 que sei se sou salazarista ou não.
Dedos trémulos e lápis por afiar, que não há tempo para mais.
Noto uma ligeira desafeição pelas respostas das alineas a), mas nem por isso espreito o que é que isso poderá querer dizer, nas soluções de fim de página. As perguntas são insuspeitas.
Pergunta 11.
Angola é...
a) nossa
b) um país africano
c) dos angolanos
Desconfio, de mim para mim, que poderá ser igualmente dos angolanos e um país africano. Mas repito. De mim para mim.
Venho a saber, contas feitas, que eu, - surpreendam-se, - ou liberal ou anarquista, conservador ou centrista. Prefiro Churchill e Lincoln (quem?) a Salazar e Aristóteles a Rousseau(quem...?).
Obrigadinho Visão. Ou liberal ou anarquista, conservador ou centrista.
Por palavras que entendamos, como a mim já me explicaram, diz-nos a lampeira Visão assim...
Cá pra mim, tu, (huum... deixa cá ver) ou de esquerda, direita ou centro... Mais explícita era complicado.
Obrigadinho Visão.

Dia Mundial

Infeliz ideia esta a de fazer coincidir "primeiros dias de Primavera" com "Dias Mundiais de Poesia", "Dia Mundial do Sono", "Dia Mundial da Infância", "Dia Internacional contra a Discriminação Racial", "Dia Mundial da Árvore", "Dia Universal do Teatro", "Dia Mundial do Sindroma de Down", entre mais quatro ou cinco "Dias" que interessarão a um número médio de 2,431 pessoas. Em princípio, os lesados por qualquer coisa.
Há sempre gente disposta a criar um grupo em homenagem a. Por uma causa. O dia do Perry, o meu falecido cãozinho! O dia das pessoas que não gostam de acordar cedo. O dia das pessoas que por uma fantástica coincidência conduzem às 18:34, às sextas-feiras. Fenómenos.
Saltamos os dias correntes e, por sermos Portugal, saudamos o dia da poesia, qual mundial, quais quê! Portugal é país de poetas, diz-se, e poesia, pertença de Portugal.
Porque hoje em voga: O'Neill.

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
(belissimamente musicado por Mariza)

The first rule of Fight Club is...

Toda esta polémica sobre os incidentes que ocorreram no Conselho Nacional do CDS-PP só vem dar uma ideia do quão saudável e bem disputada é a vida política nacional.
Entre os berros, os objectos afiados, os capachinhos a voar na sala e o brilho dos dentes de Paulo Portas consta que houve porrada.
À saída, Maria José Nogueira Pinto veio fazer as queixinhas aos jornalistas. Queixando-se de ter levado umas bordoadas do deputado Hélder Amaral esta senhora veio abrir um precedente gravíssimo.
Toda a gente sabe que "The first rule of Fight Club is - you do not talk about Fight Club."


Posto isto, o deputado Hélder Amaral já veio repor a verdade dizendo que os beirões não batem em mulheres. Muito bem senhor Hélder, mas a verdade é que a quarta regra do Fight Club diz que "only two guys to a fight."
Vejamos então: Maria José Nogueira Pinto não é nenhum avião, quanto muito uma asa delta ou um bimotor. Vá lá, um papagaio muito fraquinho. Mas a verdade é que desrespeitou as regras do Fight Club, visto que até prova em contrário ainda é uma mulher.
Já diz o ditado: Quem vai à guerra dá e leva. Parece-me que só quem levou foi Maria José Nogueira Pinto.
Bem feita! Não tem nada que se andar a chibar do Fight Club.
Com Santana Lopes tínhamos o menino guerreiro. Com Hélder Amaral e Paulo Portas entramos na era do Betinho Guerreiro.

Aqui temos os "cães de fila" de Paulo Portas na sala do conselho nacional, recentemente saídos de um qualquer solário da linha de Cascais. Realmente parecem muito agressivos. Ser democrata cristão é um trabalho duro, mas alguém tem que o fazer.

é a droguinha...

Um dos filmes mais bizarros e desprovidos de sentido que alguma vez vi na vida.
E isto não é uma crítica negativa. Viva o grande Terry Gilliam.

Neste preciso momento a passar na rtp1.
"If there was a trip to be taken, they were there."

Gosto do Euro, dos milhões e da Marisa Cruz. E como mais de metade da população portuguesa tenho a certeza absoluta que desta sexta-feira não passa. Esta sexta-feira ficarei rico e famoso, tão famoso que encabeçarei grande parte das listas de “próximas vítimas” que julgo que todos os malfeitores deste país possuem. Serei assassinado, estripado, até mesmo raptado e agredido verbalmente, mas serei rico e não quero saber. Sou português e desde que tenha notas no banco estou bem. Notas no banco e casa com piscina.

Gosto de assistir às entrevistas em vésperas de jackpot do euromilhões, nas quais à eterna pergunta surge a não menos eterna resposta: “ - O que faria com o dinheiro?”, “ - Se me saísse o dinheiro… hm… não sei. Comprava uma casa com piscina.”. Sejam velhotas espandilóticas ou com Alzheimer, pedreiros manetas, engenheiros electricistas, Doutores Advogados, mecânicos bate-chapas, não existe nenhum necessite mais do que uma casa com piscina. Primeiro existe uma hesitação, característica quanto a mim, de quem coloca a hipótese de receber milhões de euros assim do pé-pra-mão, depois uma certeza: uma casa com piscina! Mais nada. Não se ajudam pobres no mundo, nem mesmo a família necessitada, não se coloca a hipótese de criar uma multinacional, uma empresa com retorno, ou realizar sonhos de infância um pouco mais elaborados que uma casa com piscina. Com três ou quatro milhões de contos compra-se uma casa com piscina. Ponto final.
Sem querer parecer faccioso: EU MEREÇO O EUROMILHÕES! Eu estúpido não sou! Consigo perceber perfeitamente que com uma data de milhões de euros posso ter muito mais do que uma casa com piscina! Posso realizar o meu sonho de infância tão mais elaborado que o de ter uma casa com piscina! Vou realizar o meu sonho de infância porque vou ganhar o euromilhões na sexta-feira! Vou comprar uma casa com piscina e GARAGEM!

O Calimero foi ao...

Porque isto do revivalismo convida a ténues momentos de prazer, logo seguidos por outros de repulsa por algo tanto nos ter agradado ontem e hoje ser quase angustiante, aqui no Zurras procuramos incessantemente por dar a todos vós tais belos sentimentos e é por isso que hoje colocamos aqui o vídeo de uma personagem que a mim em particular sempre me criou enorme aversão, pelo menos até chegar à UAlg e me deparar com as praxes.. Sem mais, a Abelha Maia


(Este post é dedicado à Abelha Maia por excelência, a Mónica)

Zurras FM

O álbum é Rain Dogs, lançado em 1985.
A música é Jockey Full of Bourbon.
A primeira de muitas vezes.
Porque "There's a World Going on Underground".
Waits não é para todos, é só para alguns.
Senhoras e Senhores, Tom Waits na Zurras FM.




Capitão América 1941-2007

Este post serve apenas para dar os parabéns aos autores do artigo sobre a morte do Capitão América que vem na Pública deste domingo. Não sou fanático dos comics, apenas acompanho à distância, mas o artigo está muito bem construído e as imagens que o compõem são de muito boa qualidade, pelo que a Pública está de parabéns.
Não é que o Steve Rogers vá estar morto para sempre, mas sempre é um tour de force da Marvel, nem que seja por toda a publicidade que ganhou nos últimos dias.

serviço público

A primeira memória que tenho da Fórmula 1 é a do funeral de Ayrton Senna da Silva. Que raio de primeira memória para se ter sobre algo, dizem vocês. Lembro-me de ver as ruas de São Paulo cheias de gente a ver passar o carro de bombeiros com o caixão do Senna em cima. Nos relatos dizem que mais de 250 mil pessoas viram passar aquele carro de bombeiros.
Tenho vinte anos, mas aquele dia foi marcante. Nunca vi Ayrton, que dizem ser o melhor de todos os tempos, correr.
Aquele ano de 1994 viu nascer outro campeão, Michael Schumacher. Dizem-me e diz-se que Schumacher nunca teria sido Schumacher se Ayrton por cá tivesse continuado. Não sei, mas gostava de ter visto isso comprovado em pista.
Schumi foi o campeão dos meus tempos, o dominador e destruidor de recordes. Nunca vi Ayrton pilotar um F1. Fiquei triste quando Schumacher bateu o recorde de 65 pole positions que ainda e sempre era de Ayrton. Egoísta, pensei eu. Podias ter deixado este para o Senna. Não deixou, com muita pena minha e de muita gente. Mas Ayrton não precisa deste recorde, porque Ayrton é do povo, e o povo nunca se esquece dos seus heróis.
Para sempre Ayrton e para sempre Schumacher, dois dos poucos que sabiam voar sem nunca tirar os pés do chão.

Toda a minha vida de Fórmula 1 foi através da RTP, também ela 1. Fiquei triste por saber, no ínicio da época de 2007 que os Grandes Prémios passarão a ser transmitidos nos próximos três anos pela Sport TV. Não tenho TvCabo, nem me parece que venha a ter nos próximos tempos, pelo que vou estar às escuras.
Fico triste sobretudo por ver uma estação que utiliza por tudo e por nada a bandeira do serviço público abandonar um produto que foi seu desde sempre, deixando órfãos alguns milhares de amantes da F1. Sempre amei a F1, pelo que as madrugadas passadas acordado a ver as corridas no Japão ou na Austrália nunca me pareceram nada de estranho. Tudo indica que a noção de serviço público de Nuno Santos envolve tardes inteiras de Portugal no Coração e mega edições do Preço Certo em Euros. Obrigado por nada sr. Nuno Santos.
Até que a gente se veja Fórmula Um!

Ayrton Senna ao volante do seu Lotus em 1986 no Grande Prémio Britânico, em Brands Hatch.
Verdadeira poesia em movimento.

blood is my life

Antes de começar este post devo dizer há muito que estava para ser escrito, mas aparentemente vive em mim toda uma nova dimensão de preguiça que me impediu de o fazer. Assim, numa luta constante contra o dilentantismo e a cultura do inacabado, cá vai:

Vi toda a primeira temporada de Dexter em dois dias. Geralmente sou assim. Quando tenho acesso às temporadas completas lanço-me com unhas e dentes, na tentativa de dominar a série por completo, querendo saber sempre mais, mais e mais. Defeito ou feitio, não sei dizer. Talvez um pouco de ambos.
Os que me estão mais próximos sabem que tenho raros (raríssimos) contactos com livros, mas sinto-me confortável o suficiente para comparar o que sinto quando tenho em mãos uma série de qualidade superior ao que um leitor sente quando não consegue parar de ler uma obra superiormente escrita, tal é a forma como se deixou embrenhar pelo enredo, pelas personagens, no fundo, por um novo universo.
Foi assim com Sete Palmos de Terra, é assim com LOST, é assim com 24, foi assim com The Office (versão UK), é assim e sempre será com Os Sopranos, com Os Simpsons, com Friends, com Prison Break, com o House, com muitas e muitas outras.
Feliz ou infelizmente, com Dexter não se abriu nenhum precedente.
Os ecos extremamente positivos que chegaram do outro lado do Atlântico mantiveram-me em sentido, na expectativa de tirar as minhas próprias conclusões. Qual cão de Pavlov parti desde logo condicionado para o visionamento dos doze episódios. Desde logo a premissa, extremamente inovadora e desarmante, de um homem que é CSI de dia, serial killer à noite.
Seguramente se lembram do David de Sete Palmos de Terra, desempenhado por Michael C. Hall. Ora para aqueles que associam este actor ao papel de um homossexual moral e fisicamente frágil, aviso desde já que as vossas percepções irão dar uma volta de 180 graus, porque Michael C. Hall não nasceu para ser David, nasceu verdadeiramente para ser e dar vida a Dexter. Sociopata com laivos de vingador, raios me partam se Dexter não é das personagens mais brilhantemente criadas para uma série de TV.
Nascendo num canal de média dimensão nos Estados Unidos, o Showtime (de onde saiu também The L Word), Dexter ganhou o seu público de forma clara e por mérito próprio, apresentando argumentos que faltam a outras séries. Dexter tem voz-off, ao bom velho estilo dos filmes noir, transportando-nos para a mente de um assassino em série. Funciona e funciona bem.
Depois Dexter mostra a cidade de Miami. Mostra como CSI Miami quer mostrar mas não é capaz. Longe dos clichés mas perto da verdadeira Miami, da comunidade latina (não sei explicar, mas sabe bem ouvir uma língua minimamente familiar, já que o espanhol tem um grande destaque). Quem viu Miami Vice (a série) e quem jogou GTA Vice City, conhece as cores de Miami, a luz, as comunidades latinas, e Dexter capta esse sentimento, essa estética muito bem, afastando-se do turismo de CSI Miami.
O elenco secundário, apesar de desconhecido suporta muito bem a história, dando a Dexter o ritmo e o suspense sempre necessários nas grandes séries.
Tem sangue, muito sangue. Por vezes demasiado. O sangue é o néctar da vida, e neste caso o sangue é o motor da vida de Dexter, adquirindo a sua abundância ou a sua escassez significados muito relevantes na vida deste homem.
Espero pela segunda temporada tendo a consciência que a Portugal nem a primeira chegou, nem sei se alguma vez chegará (depois venham falar mal dos programas de partilha de ficheiros).
Afinal, queiramos ou não, o sangue também é a nossa vida...

Obituário, Jean Baudrilard


E vão 10 dias, de 6 deste mês.
Obituário de Jean Baudrillard. Filósofo, poeta, fotógrafo, militante por afeição de um Bloco de Esquerda fictício em que sem Marx, Lenine ou Trotski se doutrina o pessimismo e a maledicência.
Diz-nos a Visão sobre Baudrillard, "baixote e mal humorado, recusava-se a falar em inglês...". Como filósofo, reflectiu sobre a Globalização, contrapôs as teorias positivistas das novas tecnologias de informação e comunicação e, amiúde, flamejava a imprensa com as suas tiradas incendiárias.
Jean Baudrillard (1929 - 2007).

Prémio Camões para Lobo Antunes


É com muito agrado que eu e, espero, os restantes membros do blogue, saudamos António Lobo Antunes pelo recém atribuido Prémio Camões, o mais importante galardão literário a nível lusófono, ainda que se diga, (diz o Francisco José Viegas), que tem pouca expressão no Brasil.
Ainda assim um prémio de referência, claro.
Depois de, no ano passado, José Luandino Vieira ter recusado o prémio (100 mil euros!) invocando razões de consciência, A. L. A. pronunciou-se com um lacónico "deu-me prazer lembrarem-se do meu nome". Igual a si próprio.
Nisto das letras, pouco importam os maus feitios, as zangas, as birras, loucura; muita, pouca, toda, o elefante que corre na parede, o chapéu de palha, as respostas tortas, "a água do meu e seu copo" porque, o que conta, no fim, são as livros, o cheiro das folhas impressas, as frases fluídas, a re-invenção e, em Lobo Antunes, uma aura de genialidade que nunca o deixa. Já inclusa a loucura.
Agora o Nobel.

Americanos ignorantes? Nah! Que ideia...

Porque não quero que pensem nos americanos como quaisquer uns, aqui fica um vídeo que mostra o quão capacitados são tais ilustres cidadãos do mundo. E mais palavras não tenho, porque o que vão ver em seguida não tem comentário possível.



:Zero Um

Hoje, terça dia 13 vai estar em exibição no CineClube de Olhão a abrir Little Miss Sunshine :Zero Um, como fora já anunciado. Esperamos que todos possam ir. Possam ir dar uma voltinha ao bilhar grande e não ver aquele degredo. Fica aqui a sinopse da curta-metragem. Esperamos que tenham gostado, e quem não gostou.. merda! =P


(Quem se der ao trabalho de querer ler, clique em cima da imagem para a maximizar)

The Good Shepherd, Robert de Niro

Não sei se - como anunciam... - será o melhor filme de espionagem de sempre; mas certamente estará entre os maiores, com 3 horas de fita...
Guerra Fria em fundo.
Espiões, toupeiras, infiltrados, a ilusão e a realidade ou vice-versa, alternados, e nós ali, agarrados à tela. Uma ou outra vez perguntamo-nos: "Mas Afinal...?" - e isso é bom, já que tem 3 horas.
O filme é de Robert de Niro com Robert de Niro, que tem apenas duas aparições, fugazes, no decorrer do filme. Pouco. O de Niro velho, sem vontade de representar, - Sr. Director - e eu com saudades de outros tempos, outros voos... Melhores filmes de alguma coisa de sempre! E o de Niro na cadeira de Realizador.
E com ele Joe Pesci, que aparece distinto, sempre, no lampeiro cartaz do filme. Participação Especial, não mais que um minuto, sem relevância nenhuma, o Pesci quase velho simpático, nada rezingão e outra vez a saudade do actor que foi e será, outras vezes, não esta.
O argumento não é mau, duro talvez. A Guerra Fria, o contexto histórico bem explorado ou bem ficcionado, que não a vivi para saber...
Matt Damon como bom actor que é, bom papel, mas faltaram o de Niro e o Pesci do cartaz. A Jolie que até alegra a vista, sim senhor... Alec Baldwin competente.
Mas vai-se a ver e isso é pouco para 3 horas de filme.
Má escolha para sessão da meia-noite. Fico rabugento. E o Damon, às tantas, dá-me sono.

Ora bom,

Caros leitores, leitoras, mendigos, estúpidos e/ou pessoas enganadas no endereço - estes últimos ainda estão a tempo: não leiam, vão-se embora enquanto podem. (Têm-me dito que isto da psicologia invertida...)
Serve este post para noticiar uma lavagem de cara ao blogue, já reclamada.
Assim, em sendo do vosso agrado, solicitamos o comentário elogioso.
Não sendo de vosso agrado, a crítica mordaz e, assaz violenta.
Se pelo acaso o leitor ou o visitante ocasional e desgostoso pela má sorte da ocasião estiver pura e simplesmente nas tintas para o que aqui se passa, recomenda-se que o diga directamente através do "comment", e não mais cá volte, senão três a quatro vezes por dia.
Obrigado.

PS. Não é senão por enorme respeito aos portugueses o que me impede a dizer que a TVI acaba de lançar o programa que, desde sempre, me parece personificar melhor a estupidez humana.
Seja um sucesso de share, esqueço o respeito aos portugueses e troco estupidez humana por tuga.

Moby Dick, no Teatro Municipal de Faro

Às vezes, dá gozo ver uma coisa tão bem feita. Como ontem à noite.
Moby Dick, adaptação para teatro de uma obra literária de três tomos, do génio que foi Herman Melville. Da adaptação, por Maria João Cruz, também aplaudo o génio. Porque mais que encenar, é re-inventar em duas horas (!) literatura de muitas: Três volumes, que raio...
E depois, António Pires, o encenador, brinda-nos com um espectáculo ágil, a cenografia brilhante (mais que brilhante...) por João Mendes Ribeiro e a banda sonora (isto existe, assim dito, em teatro?) muito, muito boa por Paulo Abelho e João Euleutério. "Orelhuda", citando.
O elenco é bom e puxa o público. À má-fila. À ignorância, digo.
Se calhar, havia quem fosse à espera de ver a Rueff de bigode e cabelo lambido a gritar por Lampiões e Miguel Gilherme numa das suas personagens de lisboeta chico-esperto.
Moby Dick é, - se já não pagaram bilhete, - um clássico de literatura em que o existencialismo é palavra de ordem, e Ahab, de corpo e mente mutilados, palco dessa densa busca.
Maria Rueff é narradora que encarna facetas. "Anjo da Morte", mulher de pescador massacrada, narradora "brechtiana", altivez e sujeição. Afastem os rótulos e, por favor, o bigode. Assim estamos tão bem.
Miguel Guilherme é um belíssimo Capitão Ahab. Irascível, obcecado. Como deve. Não há Miguel Guilherme. Apenas antes de entrar e depois de sair. Grande mérito nisso...
E um restante rol de actores muito mais que competentes. Grandes trabalhos.
Não vai haver isto em DVD?
Assim, dá gosto, e apetece-me ir ao teatro, como já na semana passada com um belo Hamlet, - sobre o qual não tive tempo de escrever, nem tanta vontade, apesar de ter gostado bastante.

Mas hoje, um mimo ao Moby Dick.
Porque sim.

Zurras FM

Para esta edição da Zurras FM decidi ir até 1978, à cena Hardcore dos Estados Unidos. Como não sou nenhum perito na matéria pedi a colaboração do amigo xPOGOx, um tipo que sabe desta fruta.

xPOGOx na Zurras FM sobre os Black Flag:

Os Black Flag foram pioneiros! Foram das primeiras bandas a merecer o rótulo de "hardcore punk"! As suas tours foram a todos os locais onde era possível ir na altura e acabaram por ser fonte de motivação para bandas e para as próprias cenas locais onde quer que fossem. Afinal, se eles conseguiam, porque não conseguiriam os outros? Além disso, a editora que geria a SST lançou álbuns que foram quase tão motivadores como as bandas que compunham a editora! Durante as suas tours tiveram contacto com inúmeras outras bandas (the Necros, Minor Threat, SSD, MDC, the Misfits, entre outras) mas eles próprios eram vistos como os Reis do Hardcore! Ainda assim, nunca quiseram ficar presos a uma cena em específico, mas criar, através da sua própria editora, uma cena em específico!
Começaram em 1976 na Califórnia pela mão de Greg Ginn, o guitarrista. Lançaram no processo cerca de 18 álbuns e fizeram parte de inúmeras compilações. De destacar o seu primeiro registo, o NERVOUS BREAKDOWN EP (SST, 1978). Com apenas 4 músicas ficou bem claro que iria dar que falar. A sua sonoridade crua e agressiva vinha mostrar que o Punk Hardcore ainda estava vivo mas nada tinha a ver com as bandas Punk inglesas que cada vez mais se vendiam perante os interesses de editoras e de um público mais generalista.
Black Flag ... não há tempo a perder... oiçam-nos!

Para quem ficou curioso e quer saber mais sobre o que é o Hardcore Punk, passem pelo 4 the Kids. Ou vejam o documentário American Hardcore. Porque o saber não ocupa lugar.

oioai

Espero ansiosamente que o David aqui venha colocar o post que ficou de fazer sobre oioai e o óptimo concerto que ontem deram em Loulé, e ao qual eu, ele e o Pedro tivemos oportunidade de assistir. Foi um momento deveras bem passado, com um concerto muito bom, que pecou apenas pela falta de público. Mas como disse o Pedro Puppe, com o qual estivemos à conversa, "táva-mos a curtir bué, mesmo com a cena toda", e foi mesmo. Para todos os que não foram, tenho apenas a dizer que perderam algo de real valor.
Querem saber um pouco mais sobre a banda, então vão aqui e aqui.

ao fumeiro com o público...

Pela 2ª vez consecutiva o P2 tem um artigo sobre alheiras.
Já percebemos que o José Manuel Fernandes tem um fetiche por enchidos, mas podia haver maior variedade.
Por exemplo, hoje um artigo sobre linguiça assada. Amanhã outro sobre o período de salga do presunto. No futuro quem sabe, talvez oferecerem um chouriço por fascículos... isso sim seria verdadeiro serviço público.

no shit sherlock...

A aplicação do Processo de Bolonha foi realizada em Portugal «de modo apressado e superficial», com riscos muito elevados para a qualidade do ensino superior, conclui uma análise ao sistema educativo pedida pelo Governo e pelo Parlamento.

Tá boa... ainda não me tinha apercebido desta situação. Parece que tenho que estar mais atento a estas merdas irrelevantes... ou então criar uma comissão para me apresentar conclusões desta profundidade, com um timing a roçar a perfeição...

Eles estão de volta!

Os Blasted Mechanism voltaram do seu planeta distante e com eles trouxeram novas fatiotas e um novo álbum.
Sound in Light, o nome do novo trabalho, está disponível no mercado já no próximo dia 19 de Março. O single de apresentação, All the Way, já roda nas rádios nacionais e está disponível no site da banda, juntamente com o video. Para ver e ouvir basta clicar no nome da banda. Eu já ouvi e parece-me bem, apesar de não ser nada de inovador.
Inovador é o formato do CD. Quem comprar o CD tem a possibilidade de aceder a um sítio na Internet onde pode fazer o download de um segundo álbum. Assim, Sound in Light é uma espécie de CD duplo.
As apresentações ao vivo terão lugar no dia 15 de Março, na Aula Magna, em Lisboa, e dia 17 no Sá da Bandeira, no Porto. Aos interessados, o bilhete custa perto de 15€ com a oferta do CD.
Aqui no Algarve, corre o boato que os Blasted marcarão presença na Semana Académica. Ficamos à espera!

Gina - Histórias Sexy Internacionais

Rapaziada, já pensaram como seria no tempo dos vossos pais para se encontrar aquilo que agora está ao alcance de meia dúzia de cliques? Falo de pornografia claro.

Pois aqui no Zurraria como claramente todos temos idades avançadas, que variam entre os 5 e 8 anos, quisemos elucidar-vos de como seria em tão fatídicos tempos o material pornográfico disponível para a malta, e desta feita melhor exemplar não há que a Gina, revista incontornável no que a este mundo diz respeito. Podem reparar que a qualidade não era algo em que os produtores estivessem muito interessados, como o demonstra a péssima fixação das cores. Mas no fundo é sexo, e isso é que interessava. E como isso é que interessa chega de palavras sem jeito, e passemos lá (calma que não pode ser nada muito explicito) às imagens.


( Porra que medum! Mas é suposto isto ser sexy?)


Uma capa com uma apresentação maravilhosa, e que ainda assim vendia, e reparem no vocabulário empregue. Tão bem que soam expressões como "vir-se" ou "ferramenta". Simplesmente genial.
Posto isto só tenho uma coisa a dizer, ainda bem para todos aqueles que não passam sem a sua pornografia que estamos na era da internet.

Directamente de Santa Comba Dão

O que temos enfim. Uma bipolaridade direita esquerda, sim não, para o que pode vir a ser o Museu Salazar, em Santa Comba Dão.

E, diga-se o que se disser, muitos candidatos a guia do museu, de quem se espera que não tenham cabeça rapada nem tatuagens duvidosas.
Na outra margem, menos excluidos, a esquerda radical a reclamar fuzilamento para quem apoie um museu em honra(?) ao Grande (Estadista) (Ditador...), - riscar a que não interessa.
Aqui, no Zurraria, estamos entre divididos e expectantes.
A ver o que aí vem.
Eu estou do lado dos que têm medo de ambos. Os de cabeça rapada e os dos punhos muito fechados.

Ainda maiores Portugueses

Agita-se Portugal! Da bruma, do nevoeiro, qual Dom Sebastião, ou pela voz da Maria Elisa, será dado a conhecer o Grande Português! Debatem-se em cafés, escolas, lares de idosos e instituições mentais da mais variada ordem as preferências pessoais. A eleição restringe-se neste momento a 10 personalidades, D. Afonso Henriques, D. João II, Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões, Marquês de Pombal, Fernando Pessoa, António de Oliveira Salazar, Aristides de Sousa Mendes e Álvaro Cunhal.
Nós no Zurraria não concordámos com a selecção final não só porque somos do “contra” (mas principalmente por isso) mas também porque encontrámos lacunas graves em todos os candidatos, lacunas que provam que os eleitos não são verdadeiros portugueses. Decidimos por isso, apresentar as razões da falta de portugalidade dos finalistas e para cada um deles sugerimos um substituto que pode ser considerado exemplo ou ideal do “Português Histórico” e por isso verdadeiro Grande Português.
Afonso Henriques. Não é de português ser filho de pai de origem normanda e mãe castelhana. É de Português ser filho de pais portugueses, ser cognominado de “O Gordo”, e aguardar serenamente que as fronteiras nacionais se alarguem por obra e graça do Espírito Santo como fez D. Afonso II.
D. João II. Não é de português morrer dias depois de ter feito uma visita às termas das Caldas de Monchique. É de Português dar pancadas na mulher porque ela dava pães aos pobres como fazia D. Dinis.
Infante D. Henrique. Não é de português criar escolas, não é de português radicar-se no Algarve em vez de vir em Agosto para passar férias. É de Português gostar de caçadas, corridas de automóveis, viajar em iates, gastar fundos estatais para fins pessoais incluindo o de passar férias no Algarve como fazia D. Carlos.
Vasco da Gama. Não é de português fazer uma viagem perfeitamente planeada desde Lisboa em direcção à Índia, mas sim partir em direcção à Índia e achar o Brasil como fez Pedro Álvares Cabral.
Luís Vaz de Camões. Não é de português perder um olho para salvar um papel, ou porque guerreou em Ceuta com os mouros, ou porque o vazou com a pena que escrevia os sonetos. É de português abalar para Marrocos e morrer sem causa nenhuma como fez D. Sebastião. Há-de voltar.
Marquês de Pombal. Não é de português usar perucas à excepção do capachinho. Não é de Português a Baixa Pombalina, organizada com traçado ortogonal e ruazinhas direitinhas. É de Português estar fechado no quarto com a Marquesinha de Távora, bela rapariga por sinal, enquanto o sr. Pombal elaborava os planos e as leis como fez El-rei D. José.
Fernando Pessoa. Não é de português beber absinto em vez de vinho tinto. Não é de português morrer virgem nem ter tendências homossexuais. É de português viver uma vida de farra com muitas mulheres, – ainda que não sejam necessariamente prostitutas – morrer de cirrose hepática e ter Manuel e Maria no mesmo nome ainda que se chame Bocage.
António de Oliveira Salazar. Não é de português ter as finanças equilibradas, não é de português ter uma cadeira velha no escritório e depois morrer porque caiu dela, não é de português ser um ditador que proíbe as eleições. É de português ser um ditador que se demite para provocar novas eleições democráticas e continuar no poder como faz Alberto João Jardim para além de gostar de dançar em cuecas no Carnaval, como qualquer Grande Português pai de família.
Aristides de Sousa Mendes. Não é de português chamar-se Aristides nem salvar as pessoas (judeus) do forno. É de Português encontrar sete espanhóis escondidos num e matá-los à paulada como fez Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota.
Álvaro Cunhal. Não é certamente de português (pelo menos dos grandes) querer implantar um regime comunista em Portugal no pós-25 de Abril. É sim, de português, colocar Portugal na União Europeia para viver dos fundos comunitários como fez Mário Soares.
Se dos dez candidatos alternativos ainda achar que nenhum português é suficientemente grande, então, não restará alternativa ao leitor senão optar por um dos membros do Zurraria.

Yours Truly, Angry Mob

"post punk/art rock band”. Assim se define a banda com nome de clube de futebol sul-africano. Que raio é uma banda “post punk/art rock”? Aparentemente são os Kaiser Chiefs. 2004 foi um ano muito bom para esta rapaziada de Leeds, introduzindo com mais uma série de bandas (Franz Ferdinand, Artic Monkeys, Kasabian, Maximo Park e os norte-americanos The Killers) uma vitalidade musical proveniente do Reino Unido, ou pelo menos com fortes influências destas ilhas. Novos, irreverentes e com fortes influências da música que se fez na década de 80 por aqueles lados, estas bandas atingiram o sucesso praticamente ao primeiro álbum, o que condiciona muitas vezes o resultado do álbum sucessor.
Ora depois de Employment, o que se segue para os Kaiser Chiefs? Depois do sucesso de “Everyday I Love You Less and Less”, “I Predict a Riot”, “Oh My God”, “Modern Way” e “Na Na Na Na Naa” qual é o próximo passo desta banda inglesa?
O próximo passo da banda foi lançado no mercado esta semana e dá pelo nome de “Yours Truly, Angry Mob”. Devo dizer que depois de o ter ouvido pela primeira vez me pareceu muito semelhante ao álbum de estreia, não existindo grandes alterações ao nível da sonoridade, o que, à primeira vista pode não ser positivo, mas também demonstra solidez e é uma garantia de qualidade certa olhando para o trabalho anterior dos Kaiser.
Para uma banda que contou em entrevista à Antena 3 que se queria afirmar como uma banda rock, faz-me confusão o produto final que apresentam, pois trata-se muito mais de material pop-rock dançável do que de rock na verdadeira acepção do conceito, a não ser que eu esteja muito enganado. Ora isto não significa que “Yours Truly, Angry Mob” não seja um álbum de qualidade, muito pelo contrário. A batida continua lá, os refrões continuam simples e “orelhudos”, e o single de avanço, “Ruby”, é o exemplo perfeito de um som “kaiseriano”. Outra música que me captou a atenção foi “Everything is Average Nowadays”, onde a mesma fórmula se repete, mas existe ao mesmo tempo uma mensagem mais “politizada”, num sentido muito lato.
Com o lançamento deste trabalho Portugal espera pelos Kaiser Chiefs, pois os rapazes sabem dar um concerto, como foi prova Paredes de Coura 2005. Neste concerto, Ricky Wilson, o vocalista da banda, torceu o tornozelo no inicio do espectáculo e foi até ao fim mesmo lesionado, ganhando de imediato o apreço do público português, qual Mantorras do “post punk/art rock”. Seja lá o que isso for...

Zurras FM

Esta semana temos mais uma dose de boa música para os leitores do Zurraria.
Lançaram o novo álbum em Portugal "Yours Truly, Angry Mob" no passado dia 26 de Fevereiro e cheira-me que vão andar por cá nalgum festival de Verão. Parece que os Kaiser Chiefs estão de volta.
Esqueçam Ruby Ruby Ruby... e ouçam "Everything Is Average Nowadays" aqui na Zurras FM.

Ainda o Público

Porque estamos em altura de mudanças no Público, a edição de ontem ainda me fez sorrir mais uma vez.
O Inimigo Público foi (re)"transplantado" para Sexta-feira. De onde, acrescento, nunca deveria ter saído.
E, se formos a ver bem, também é por isto que o Público é "o" jornal de referência.
Porque por exemplo à sexta-feira, por €1,25, nos deparamos com Público propriamente dito, Economia, "P2" - que é, efectivamente, um muito bom caderno... -, com o Ípsilon - que, opinião pessoal, compila "Y" e "Mil Folhas" com não tão grande decréscimo de qualidade, exceptuando talvez em termos de design gráfico - e "o Inimigo Público"...
E isto às tantas, é bom material a mais para diário.
Sofrem os diários "diários" e os semanários "publicitários" ensacados; o "bom" e o "outro", resplandecente, como o director, que ilumina a nossa praça(Imprensa, digo)...
O Inimigo Público tem esta semana uma crónica humorística de "Marcos Pombal" (nome fictício?) sobre o Malato, em que o arrasa, de forma completamente gratuita. Achei giríssima. Nem é por nada, mas não desgosto de humor gratuito, meio brejeiro, cuspido à laia taberneira por entre copos de tinto.
Os inevitáveis Paulo Portas, Marques Mendes e José António Saraiva também são visados nesta edição d'O Inimigo Público, como afinal, nas outras todas.
E gostei.
Público de sexta-feira é das coisinhas mais recomendáveis que pode haver.
Eu vos digo.
Repito. "O" Jornal.
Seja o último post sobre o "Público".

Filmes para 2007

Apeteceu-me criar aqui uma lista de 20 filmes a que devemos estar atentos em 2007. Os critérios de escolha basearam-se nos meus gostos pessoais, por isso já sabem que isto é tudo muito subjectivo. Caso me tenha escapado algum, façam o favor de o mencionar. Ao mesmo tempo podem fazer a vossa lista ou criticar a minha.


- American Gangster
(Denzel Washington e Russel Crowe num filme de Ridley Scott... do you smell Training Day?)

- GrindHouse (Nunca a palavra acção teve tanto significado)

- The Simpsons Movie (D'Oh! em larga escala)

- 300
(Visualmente espantoso. Pelos trailers parece poderosíssimo)

- Spiderman 3
(Venom, Sandman, Green Goblin Vs Aranhiço. Realizado por Sam Raimi.)

- Zodiac
(David Fincher. Será que só faz grandes filmes com o Brad Pitt?)

- Inland Empire
(Não sei o que esperar deste senhor. De verdade, não sei mesmo.)

- Hot Fuzz
(Edgar Wright realiza, Simon Pegg e Nick Frost são a dupla vencedora. Não espero menos que a rambóia de Shaun of the Dead. Humor ao bom estilo britânico, mesmo como eu gosto.)

- There Will Be Blood
(P. T. Anderson conseguirá fazer um filme mau? Acredito que também não o fará agora. Ainda assim a ausência de Philip Seymour Hoffman no elenco será sentida.)

- Teenage Mutant Ninja Turtles
(Curiosidade pelo resultado final aliado a muita nostalgia pelas tartarugas renascentistas. COWABUNGA!)

- Bee Movie
(Jerry Seinfled é uma abelha. Só a genialidade dos trailers deixa antever algo de muito bom.)

- No Country for Old Men
(Os irmãos Coen estão de volta.)

- Live Free or Die Hard
(John McClane vem mostrar que o Jack Bauer não passa de uma menina... ou então não.)

- The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
(Porque sim... porque tem Brad Pitt e porque sinto a falta de Westerns de qualidade.)

- Ocean's Thirteen
(A constelação está reunida de novo, desta vez com um senhor chamado Al Pacino.)

- The Fountain
(Porque Darren Aronofsky é um dos novos talentos do cinema, inovador e imprevisível. Porque Pi e porque Requiem...)

- The Bourne Ultimatum
(Só porque quero ver que raio de utensílio caseiro vai ele utilizar para matar alguém desta vez...)

- Youth Without Youth
(Coppola realiza um filme dez anos depois. Estou na expectativa.)

- Pirates of the Caribbean: At Worlds End
(Jack Sparrow/Johnny Depp e Keith Richards no fim do mundo. Novo recorde de bilheteira?)

- Sweeney Todd
(Johnny Depp como barbeiro degolador e Sacha Baron Coen é o seu rival. Tim Burton dirige. Alguém falou em obra prima?)

Lomografia


À descoberta e aventura, ainda, - "pré-vício" -, da Lomografia, com uma Lomo SuperSampler.
É uma Lomo com quatro objectivas, uma das mais convencionais e básicas, como afinal, um principiante deseja.
Ponto Negativo: Não tem flash.
Ponto Positivo: Adiction...
Aí vou eu.
Não penses. Lomografa.


As preces de todas as crianças e nerds deste mundo foram atendidas!... Parece que a Hasbro vai lançar no mercado (provavelmente a acompanhar a estreia do filme) este capacete do Optimus Prime. Tudo indica os Transformers vão voltar a estar na mó de cima, se é que de lá saíram alguma vez. O capacete tem a função de distorção de voz, o que até é capaz de ser bem porreiro. Ainda não se sabe o preço, mas barato não deve ser.
Por isso já sabem, todos aqueles que sempre quiseram ser o comandantes dos Autobots do planeta Cybertron/18 Wheeler, esta é a vossa oportunidade.
Optimus Prime versão século XXI. Vamos lá ver como é que o Michael Bay se safa.

The greatest motion picture of all time!

Genialidade é a palavra certa quando falamos dos Tenacious D, Jack Black e Kyle Gass. Depois dos seis episódios criados para a HBO, depois de dois álbuns em que o melhor da comédia se junta ao às melhores tradições do Metal, depois do lançamento do DVD "The Complete Masterworks", um verdadeiro presente para os fãs, chega finalmente o filme. Qual Artur Albarran, este filme é a loucura! tem o seu quê de terror! e tem uma banda sonora genial! (onde raio andavam os senhores dos Óscares?...).
Tenacious D: The Pick of Destiny chegou aos cinemas a semana passada e, com a graça do senhor, seja ele qual for, ninguém escreveu uma linha sobre o filme. Coisa boa, quando a crítica quase não menciona o lançamento de um filme, até aquece a alma de uma pessoa. Ler uma crítica demolidora a dizer que o filme não vale nada, que o argumento é estúpido ou outras que mais críticas não será das coisas mais agradáveis de se fazer (a não ser que seja sobre o Babel, nesse caso tudo é viável...), acabando o próprio crítico por cair no ridículo muitas vezes. Raios partam os críticos deste mundo que escrevem sobre algo sem analisar a questão a fundo (ou então não, porque nós gostamos de ler bacoradas...).
Porque a modéstia é para os fracos, a melhor banda do mundo busca a grandiosidade na forma de uma palheta saída do próprio Diabo. Palheta essa que percorreu o mundo da música durante séculos transportando consigo o dom de derreter cérebros com poderosos solos de guitarra. Sim, porque um Jimmy Page ou um Eddie Van Halen não nascem com o dom...
Convidados de luxo, desde Meat Loaf, Tim Robbins, Ronnie James Dio, John C. Reilly (do filme Magnólia), Dave Grohl (main man dos Foo Fighters) e um magistral Ben Stiller (quando for grande quero ser assim!), aliado a, não sei se já disse, uma banda sonora verdadeiramente kickass brain-melter motherfucking awesome fazem deste filme uma coisa deste e do outro mundo.
Como tudo nesta vida, cada um tem os seus gostos, e eu cá gosto de boa música. Como gosto de boa música subscrevi a petição criada pelo xPOGOx para trazer os Tenacious D cá a Portugal. Se vocês também gostam de boa música, assinem aqui.

El Grande Dave Grohl como o Belzeboss mais metaleiro de todo o submundo.
"The Demon Code prevents me from declining a Rock-Off challenge!"

Apito cor-de-rosinha



E querem eles credibilidade?


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