o último capítulo

Numa ida à FNAC, mais uma bela surpresa.

Não demorou muito, tendo em conta a "data de estreia" em Portugal, mas já está à venda o dvd do último filme de Darren Aronofsky.
Ainda é um pouco caro para o meu bolso. Custa cerca de 20€. Ficamos à espera de um abatimento no preço, coisa sempre louvável.
Não sei se será exclusivo da loja francesa, mas também pouco importa. Gosto da exclusividade que está associada ao filme. Considerado por uns como uma obra prima, onde me incluo, e por outros um projecto megalómano falhado. Muitos acusaram Aronofksy de não ter unhas para tocar esta guitarra, mas não podia estar mais longe da verdade.
The Fountain é uma ode ao amor intemporal. Uns compreenderam-no ao ver o filme, outros não, como tudo na vida.

méééééé...

amor à camisola

Giovanni Trapattoni afirmou que gostava de morrer no banco, durante um jogo.
Desejo estranho, mórbido mesmo, para quem não gosta de trabalhar, e somos muitos nesta categoria. Faz-nos parecer preguiçosos, dá-nos má imagem, a nós, aos jovens que deveriam ter esta atitude de liberdade e divertimento para com a vida.
Um exemplo na dedicação ao grande amor da sua vida, Trap não se vê na reforma, apesar de constar no seu bilhete de identidade a data 17 de Março de 1939 como dia do nascimento.
Aos 68 anos a velha raposa comandou equipas em Itália, Portugal, Alemanha e agora Áustria, onde se sagrou novamente campeão.
Não me parece que Trap saiba ou queira fazer qualquer outro oficio. Não quer a reforma, não sabe estar parado. Não quer estar parado.
Como Trapattoni tantos outros por este Portugal e Mundo. Ainda que muitos se contentem com a geralmente pequena reforma, outros não conseguem parar de trabalhar. Diz o ditado e muito bem que parar é morrer. Certas vezes acontece, o ditado do povo concretiza-se.
Quando acaba a ligação à segurança do trabalho, da rotina, daquilo que se sabe fazer e se fez ao longo de tantos anos algo desaparece dentro das pessoas. São muitas vezes relegadas para um mundo de solidão interior, de vazio, que os acompanhará até ao último dia.
Sabe bem ler e ouvir as palavras de Trapattoni. Conheço pessoas assim.
Cá por casa tenho um caso. Ligeiramente mais velho que o senhor italiano, mas não menos hábil, perspicaz e persistente naquilo que faz. É um exemplo. São um exemplo.
Não sei se tenho ou se muitos terão a mesma força de vontade de Trapattoni, ou mesmo se compreenderão as suas palavras.
Eu compreendo, não garanto é os mesmos resultados e opiniões quando chegar à idade deste signori com a tal estrelinha vencedora.

1º dia de FestivalMed 07

Aberto mais um - a 4ª edição - Festival Med.
Neste primeiro dia, 27 de Julho, os Jazz Ta Parta abriram-me o evento, num dos muitos palcos dispostos pela zona histórica da cidade de Loulé. Bom ambiente, comes, bebes, mais bebes que comes, a música boa e uns velhos (ainda sou jovem) conhecidos.
Jazz Ta Parta, banda farense de jazz, com flauta, sax, baixo e piano e bateria constituem a aura jazzística do Festival Mediterrâneo. A ver, todos os inícios de noite até ao fim do Festival, no Palco da Bica!
Findo o tempo do jazz, incursão até outro palco, - o do Castelo -, para ver os In Canto. Esta banda é encabeçada por Luísa Amaro, que é nada mais nada menos que a primeira mulher a gravar em guitarra portuguesa, que não obstante a aparente feminilidade (semântica, digo) do instrumento, é herança tradicional de homens; (diz quem?). A refinada guitarra portuguesa de Luísa Amaro funde-se com outros sons, desde a guitarra clássica, clarinete ou até percussão. À sonoridade de influência marcadamente oriental, acrescente-se uma bailarina que coreografa com dança oriental as sonoridades.
De Aynur, a rapariga turca, não posso dizer grande coisa. Os espectáculos coincidem. Pareceu-me uma boa sucessora da excelente Souad Massi, do ano transacto. Pouco mais terei a dizer.
Al Driça: A banda do amigo grande Manso no baixo. Uma agradável surpresa, apesar de já os ter visto em edições anteriores deste mesmo festival. Sonoridades diversas, mediterrânicas, orientais, e até tradicionais portuguesas, plenas de singularidade, boa disposição e festa. Agarrou-me e aos muitos presentes. Terminaram o espectáculo em grande festa com uma deambulação por meio do público à boa maneira das orquestras de rua de origens balcânicas.
Sara Tavares: Digo à partida que sou fã. Não da música, antes do espírito, desta menina que do Chuva de Estrelas, redescobriu as suas origens. Ela que também tem, curiosamente, origens no Algarve, deu um excelente concerto, bem ao seu estilo, chegando a ser intimista, mas proporcionando ao mesmo tempo ambiente de festa e boas vibrações. A mestiçagem, neste fim de noite de Med.

Zurras FM

Depois de algum tempo afastados da Zurras FM voltamos com a força toda. Não trazemos nada de muito comercial nem nenhuma memória do passado. Para esta Zurras FM trazemos Gogol Bordello, banda de Gypsy Punk formada em Nova Iorque por europeus de leste.
Tipos com ritmo, não hesitam em usar instrumentos musicais típicos daquela zona, como o acordeão e o violino misturados com guitarras eléctricas, baterias e baixos, construindo o tal Gypsy Punk.
Destes países de leste o primeiro nome que costuma surgir na mente das pessoas é Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra. Ora comparados com Gogol Bordello, o Kusturica e a sua banda são uns meninos do coro que levam porrada de toda a gente.
Diz-se que dão um grande espectáculo em palco, porventura ao jeito dos portugueses Blasted Mechanism, já que por vezes parece haver alguma ligação entre as duas sonoridades.
Eugene Hütz, frontman dos Gogol é DJ em Nova Iorque e é dono de um dos bigodes mais porreiros do mundo do espectáculo, o que só por si lhe garante um sucesso imediato, visto que o bigode é uma espécie em vias de extinção.
Os Gogol Bordello vão lançar um álbum novo no dia 12 de Julho, mas para esta Zurras FM fomos buscar ao registo anterior (Gypsy Punks: Underdog World Strike), a música de entrada.
Os Gogol Bordello, na Zurras FM, com "Sally".

PS: já sabem como funciona. Agora com novo formato, na barra lateral, é só clicar no play e ouvir.

Abertura do Museu Colecção Berardo

Enquanto Joe Berardo vai alardeando em todas as frentes, o Museu Colecção Berardo abriu ontem. Entretanto, mais um imbróglio. Na abertura do MCB, as bandeiras do Museu Colecção Berardo não foram hasteadas ao lado das do CCB, por indicação de António Mega Ferreira, presidente do CCB. Joe Berardo ficou indignado e deverá ter pedido a demissão de Mega Ferreira.
O Museu Colecção Berardo abre assim as hostilidades, no sentido mais estrito da palavra.
Depois de Isabel Pires de Lima e José Sócrates cantarolarem os benefícios do MCB para o país, pensam-se as contigências depois da obra feita. A partir deste momento, - e António Mega Ferreira percebeu-o e lidou mal com isso, - o Centro Cultural de Belém deixa de existir. O CCB é agora o MCB. E nada mais. Desencaixotou-se a colecção Berardo. Encaixotaram-se as outras.
E Berardo urge em ser - mal - falado. Continua o périplo.

fuck shrek, I got the blues

Fim de semana eremita. Não se sai de casa, apesar do calor convidar a uma ou outra ida à praia. Recusam-se convites para ir aqui ou ali, simplesmente porque sim, nada de maldade ou contragosto. Acorda-se tarde e deita-se tarde, contas simples, 1+1=2. Pouco se faz senão ouvir música e ver filmes.
Um fim de semana à algarvio, diria certa pessoa.
Dos filmes vistos destacam-se quatro: This Film is Not Yet Rated, Kiss Kiss Bang Bang, Black Snake Moan e Half Nelson.
O primeiro anuncia-se como um mockumentary, talvez querendo suavizar a seriedade do tema. Analisa e tenta explicar o sistema de classificação dos filmes nos Estados Unidos, apresentando uma imagem negra, de uma instituição dominada pela obscuridade e secretismo, extremamente influenciável pelos poderes dominantes e com pretensões de influenciar e ditar a lei no cinema existente naquele país. Ao fim e ao cabo não passa de mais uma entidade expoente do capitalismo americano tão odiado por esse mundo fora, usando a capa de defensora da moral e bons costumes para cobrir o sucesso ou o domínio financeiro.
Não vi Kiss Kiss Banf Bang quando estreou em 2005, apesar das boas críticas. Vi-o agora e fiquei satisfeito. Shane Black não teve pudor em "parodiar" um género que ajudou a consolidar. O parodiar está entre aspas para não haver confusões com certos filmes que ao parodiar acabam por denegrir o género.
Em Kiss Kiss Bang Bang a coisa actua mais como um reconhecimento, com Robert Downey Jr. a ser o narrador de serviço. Tipo nervoso, muito pouco descontraído, não é aquilo que se espera de um narrador. Depois de ver o filme ainda fiquei a apreciar mais as capacidades de Downey Jr., veremos como se porta em Ironman. Não duvido que se o filme falhar não será por culpa dele. Ah, já agora, depois de ter visto este filme fiquei fã da sra Michelle Monaghan, por outros motivos.
Seguiu-se Half Nelson que também não havia visto. Vale sobretudo por duas coisas: a interpretação de Ryan Gosling e a acuidade dos temas tratados. Ao mesmo tempo que acompanhamos a vida do professor (Gosling) viciado em crack é-nos proposta um olhar sobre vários momentos da história social norte-americana que definiram a sociedade deste país e a sua influência no mundo, desde as manifestações pelos direitos civis, o fim da segregação racial até à deposição do governo de Allende no Chile e a colocação de Pinochet no poder sob a alçada americana.
Half Nelson trata a dualidade existente na América e, se quisermos, no mundo Ocidental. O bem e o mal, a literacia e a ignorância, a pressão constante e os escapes que se apresentam tão fáceis e ao alcance de todos. Mostra-nos também a inevitabilidade de certos acontecimentos, certas vidas e o rumo que estas seguem, sem conseguir fugir ao ambiente em que estão inseridas.
O último filme que vi foi Black Snake Moan. Ainda não estreou cá, nem sei se tem data de estreia. Toda a imagética que gira em torno do filme faz-nos crer que se trata de um filme da série B, da BlackExploitation que teve o seu auge nas décadas de 70 e 80.
Em traços largos, a narrativa do filme centra-se em Lazarus, antigo bluesman interpretado por Samul L. Jackson e em Rae, uma ninfomaníaca interpretada por Christina Riccie. Depois de ser abandonado pela mulher Lazarus encontra Rae inconsciente no meio da estrada e propõe-se a "tirar o diabo" no corpo desta jovem, acorrentando-a, como meio de a impedir de sair de casa, quanto mais manter qualquer relação sexual.
Os mais críticos dirão que se trata de um filme que explora a condição da mulher, fazendo-a parecer fraca face à força moral deste homem. Não podia estar mais longe da verdade. As falhas estão lá, em ambos os lado. A raiva, a solidão e a fraqueza estão presentes em todos, mas não foi por isso que o filme me chamou a atenção.
Os blues são a força motriz do filme, os blues do delta do Mississipi, das relações falhadas entre homem e mulher, dos corações destroçados, da desilusão, da pobreza, das falhas do Homem.
Black Snake Moan é o nome de uma música de blues gravada em 1927 por Blind Lemom Jefferson, daí a ligação bluesiana. Samuel L. Jackson toca pelo menos quatro exemplares deste estilo musical ao longo do filme de forma exemplar, tendo aprendido a tocar para o efeito.
Feita a transição da guitarra acústica para a eléctrica as coisas mudam. A rudeza das canções, o ambiente circundante, a tudo isto a electricidade empresta outra dimensão. No fundo os blues são a constante catarse do homem face às dores do dia a dia, das falhas e imperfeições que nascem connosco.
Black Snake Moan não é perfeito, mas, tal como os blues serve para contar uma história, e isso fá-lo muito bem. Com umas das melhores performances de Jackson nos últimos anos depois do desvario das motherfucking snakes, vale a pena ver. Algures, por aí, numa data a definir.

Prá Sábado, Rui Zink fala de Sexo, Felicidade e Dinheiro

A Sábado vem oferecendo, na sua publicação semanal, livros de escritores portugueses, de entre os mais consagrados da Gloriosa Nação - olha o sacana nacionalista!
De edição Quasi, conjunta com a Sábado, saiu, aqui há três semanas "Luto pela Felicidade dos Portugueses - Crónicas Benditas", de Rui Zink, uma compilação de crónicas publicadas na revista SOS Saúde (?), entre 2000 e 2005.
Estas crónicas, destapemos o epíteto, serão mais, em verdade, ensaios, em que Rui Zink não deixa de usar os seus grandes recursos, estílisticos, literários, da ironia ao humor, passando por... vá, um descaramento do tamanho do Mundo. Rui Zink não é desses escrevinhadores (cronistas) (escritores) enlatados, e será precisamente por isso - com pena nossa - que não passa pela grande imprensa nacional.
A sua prosa é tão singular quanto as suas opiniões. Prosa de diálogo com ares de monólogo, Rui Zink discorre sobre os portugueses, a felicidade, o sexo, dissociando estes últimos conceitos com grande facilidade. Associa o sexo a infelicidade - e não o inverso -, apresenta-se como um frustrado sexual, assume que a única prática sexual que pode conduzir à felicidade é a masturbação e nos entretantos vai somando punch lines atrás de punch lines. Com figuras públicas, grande parte da vezes, consigo próprio, outras tantas:
"Não sou tão bonito como o Pierce Brosnan, tão dotado como um actor do canal 18, tão sensual como um bailarino do Ballet Gulbenkian, tão charmoso como Eduardo Prado Coelho, nem tão ágil intelectualmente como Marcelo Rebelo de Sousa. Que me resta, então, senão o suicídio? Hem"
Mas não se fica por aqui. Referencia às tantas, Maria Filomena Mónica como mulher de sonho - é a minha, certamente -, ou o Prof. Doutor Marco Paulo, que consubstanciou a sua teoria de que os dois amores podem perfeitamente co-existir sem que seja seguro que se goste mais de um ou outro.
Rui Zink é dos escritores mais (des)agradáveis da literatura portuguesa.
Seguirá (?) a linha mordaz de Luiz Pacheco e outros escrevinhadores do mal-dizer, (do bom sentido), do denunciador de "certas e determinadas coisas" - precisamente isto - e do humor fino na literatura. Não se encontra facilmente, humor na literatura.
Rui Zink (também) é isso. E uma insubmissão permanente. E a pena fluída, caramba, sacana do Zink.
Arrefinfa-lhe. Saudades da Má Língua.

En France

Por terras gaulesas, o petit Nicolas [Sarkozy] continua com as campanhas populistas que se adivinhavam. Por meios singulares, buscando personalidades às esquerdas e às minorias étnicas para compôr o seu governo. Não dá ares de benfeitor como de populistazinho oportunista. A seu tempo.
No flanco oposto, o PSF cheira a pólvora. Ségolène Royal anunciou à Imprensa a separação de François Holland, por uma relação extra-conjugal do ex-parceiro. De referir que o caso de Holland havia sido denunciado na imprensa na altura das presidenciais francesas, com Ségolène a desmentir categoricamente, dando o casal até mostras de afecto publicamente, - curiosa situação que lembra até Sarkozy, que aparenta ser devoto à esposa e dia sim dia sim envia tiradas românticas dedicadas à sua cara-metade (dão vómitos) para os jornais franceses.
Hilariante parece ser a situação actual no seio do Partido. Aparentemente, em 2008 Ségolène será candidata à presidência do Partido, ano em que Holland termina funções, mas tendo já anunciado que se vai recandidatar. Ségolène opta por, agora, denegrir a imagem do ex-marido. Holland tenta manter a imagem de homem íntegro.
Infrutiferamente.
As tricas políticas enojam-me, mas a cara sádica de Sarkozy faz-me suspirar pela sex bomb do PSF!

Radiohead

Ed O’Brian, guitarrista dos britânicos Radiohead, anunciou no site oficial da banda que o novo álbum deverá chegar a público no próximo Outono.

Este será o oitavo trabalho da banda (se não contarmos com as edições especiais para certos países) que se estreou em 1991 com o lançamento do EP Creep, que ainda hoje é o mais reconhecido tema da banda.

Não sendo fã incondicional da banda – mas também não o sou de nenhuma – confesso que anseio por este álbum como uma criança pelo Natal. Partilho da opinião que OK Computer (1997) é um dos melhores discos de sempre e que contém uma das maiores músicas rock alguma vez escrita. Paranoid Android é um hino à música simplesmente genial, com as guitarras fortes, os sintetizadores discretos, a guitarra acústica a dar consistência e a voz de Thom Yorke a oscilar entre o angélico e o esquizofrénico.

Após este trabalho, os rapazes de Oxford dedicaram-se a um som mais electrónico que atinge a apoteose em The Eraser, o primeiro trabalho a solo de Yorke. O próprio confessa que gravou este disco em nome próprio por não se adequar ao estilo da banda.

Toda a minha ansiedade reside na total ignorância do que será este novo disco, ainda sem nome oficial. Sinceramente, e muito pessoalmente, acredito que um regresso às origens, às sonoridades de OK Computer e The Bends, elevaria os Radiohead a um patamar superior, ao mesmo patamar onde encontramos bandas como Pink Floyd ou Led Zeppelin.

Só me resta esperar até ao Outono, ou então, até que algum malfeitor disponibilize o álbum num desses sítios obscuros da Internet.

O Meu Bairro


Não posso com "O Meu Bairro".
É por amor à competência de Ana Sousa Dias que o reclamo. Ela é, para mim, a par da brilhante - e algo sexy, não? - Paula Moura Pinheiro, das melhores entrevistadoras em matéria cultural e intelectual que temos na televisão portuguesa.
Se Paula Moura Pinheiro se destaca à partida - por aqueles olhos... - e por uma cultura vastíssima, um conhecimento literário e cinematográfico espantosos e uma grande fluência intelectual, Ana Sousa Dias é uma entrevistadora sempre competente, que delicada, consegue pôr a foice em seara alheia com a meiguice de uma criança e com um conhecimento que embora não faça questão de evidenciar, evidencia naturalmente. Uma profissional.
Agora, isto, O Meu Bairro? Não digo que o formato não seja original, giro, animado. Não estamos em tempos de Bairros. A filmagem chega a ser constrangedor enquanto segue o par - Ana Sousa Dias e convidado correspondente, ou será anfitrião? Enfim, a filmagem é má. A câmara vagueia aleatoriamente pelas costas e pelos lados dos dois participantes e o som vai-se perdendo com a câmara. E nós também. Vamo-nos perdendo com a câmara. Se não tivermos desligado da 2 entretanto. Depois, os anfitriões dos bairros são em grande parte idosos.
"Ana Sousa Dias para idoso: Então, você é um dos principais responsáveis do urbanismo aqui do Bairro?
Idoso: Hã?
Ana Sousa Dias: Você. Você é que fez aqui isto?
Idoso: Hein?
Ana Sousa Dias: (visivelmente irritada) Deixe estar."
Para mais, qual é a ideia da Ana Sousa Dias para dar o braço ao idoso? Existem aí, em um e outro lado, pessoas normais que falam sem ser de braço dado. Que tipo de televisão é que pretende programas com duas pessoas a falar enquanto vagueiam pela rua?
Ana Sousa Dias: Reformule o seu Por Outro Lado e, semanalmente cá estarei.

quem?

Artigo apresentado hoje no Diário de Notícias.
São obras destas que me dão algum alento para o futuro. Jon Stew... tá boa... eu já ouvi esse nome em algum lado...
Abre os olhos Marcelino! Só aqui neste blog estão cinco camafeus que sabiam o nome do homem e pelo menos de mais vinte ou trinta pessoas. Ficamos à espera do convite. Já sabe, ordenado chorudo, igual ao do Jon Stew.

30 Rock | Off Centre

Por estes últimos dias andei a visionar mais uma série que não passa em Portugal e a que a 2, sim, a rtp2 devia jogar as unhas, nem que fosse no intervalo entre temporadas do My Name is Earl, a genial 30 Rock.
Saída da cabeça de Tina Fey, nascida e criada no Saturday Night Live, 30 Rock gira à volta de um grupo de criativos de um programa de humor fictício da NBC criado dentro da própria série.
As rivalidades entre os actores, o processo criativo caótico, a interferência dos elementos de gestão e muitos momentos de puro nonsense fazem desta uma série de comédia a ter em conta. Tina Fey é também a protagonista no papel de Liz Lemon, espécie de directora do programa, mas quem acaba por roubar toda a série é Alec Baldwin. Verdadeiramente fenomenal, com um timing de comédia perfeito. Confesso que lhe desconhecia o talento para a comédia, mas tenho que me render às evidências e afirmar que o homem está verdadeiramente genial como Executivo-Chefe da NBC Jack Donaghy.
Os restantes actores suportam muito bem a série, criando um mundo lunático e repleto da chamada parvoíce. Apreciei especialmente as personagens Tracy Morgan e Kenneth, tipos hilariantes e totalmente fora do normal.
Ah, já me esquecia, na senda do novo modelo de comédia que anda por aí, também não tem risos nem gargalhadas da audiência, enlatados ou ao vivo, o que só beneficia o sucesso e actualidade do produto final.
Como já referi, alguém que abra os olhos e compre esta série para passar em Portugal ou então lance a primeira temporada em dvd.

Consegui "arranjar" também a primeira temporada de uma série que passou na rtp2 à uma série de anos e me deixou fascinado. Off Centre não será desconhecido para muita gente. A irreverência dos temas tratados e o conjunto de actores deixou uma marca em mim. Do realizador e do produtor do primeiro American Pie, a série conserva dois actores do filme, um deles é John Cho, o homem que trouxe à vida o mítico Chau, baluarte dos geeks, losers e freaks deste mundo, com muita propensão para o desastre.
Mike, Euan e Chau vivem em Nova Iorque, onde partilham todo o género de loucuras envolvendo sexo, circuncisões, incêndios caseiros, rappers ultrapassados, pneus e cargas de porrada.
Bem podem afirmar que a série não tem nada de arrojado nem de relevante para a comédia televisiva, tendo sido cancelada no final da segunda temporada, mas gostei quando vi pela primeira vez e parece que ainda gosto, simplesmente porque é divertida.
Não é comédia inteligente, longe disso, mas que mal faz um pouco de divertimento de tempos a tempos? Se alguém por aí tiver a segunda temporada faça o favor de dizer qualquer coisa.

O Teodolito, Luiz Pacheco

Por ora, entrego-me a "O Teodolito" de Luiz Pacheco. Editora Estuário.
Edição de aparência invulgar, livro-carta, com envelope e tudo, ilustrações de Luís Filipe Cunha. O prefácio é uma "Breve Advertência À Leitora Desprevenida" pela pena de António Mega Ferreira em 1990, prosa refinada e cunho de outros tempos. Um cheirote a surrealismo/ abjeccionismo nestas duas páginas, direi até. Hoje, consagrado - consumido - às funções que desempenha e à semanal crónica na Visão, mostra uma prosa completamente diferente, embora competente, instituicionalizada.

Pacheco, propriamente dito, é a insubmissão. A prosa de Pacheco é convulsa, abre apartes, rejeita a linearidade, não segreda entrelinhas, as entrelinhas são bradadas aos sete ventos e os sete ventos ouvem e sorriem. Esta prosa é assaz infantil e madura, esqueça-se o paradoxo; bonito/ feio; agradável/ desagradável; (à escolha de vossas senhorias)/ abjeccionismo.
Luiz Pacheco textualiza diversos imaginários, do Estado Novo, encarna o comunista, o rebelde insubmisso, o jovem e o seu despertar para a sexualidade.
Luiz Pacheco escreve a vida, e a vida tem pouco ou nada de lírico! Luiz Pacheco despreza o lirismo, as Florbelas Espancas desta vida, os amores, desamores. Luiz Pacheco escreve a vida, o sexo, as malvadezes. Escreve-se a si próprio... Pacheco escreve a abjecção da vida.

Haja consciência...

José Couceiro no flash interview no fim do jogo contra Israel, que Portugal ganhou por 4 - 0:
"Estes jogadores mereciam estar nas meias-finais, e se não estão, não é por culpa deles certamente..."
Ora nem mais!

outro post do Fidel? Porquê?

A resposta é simples. Porque o Fidel é nigga!

É um nigga e representa! Pensem bem: Fidel anda de fato-de-treino numa base diária, não dispensando o fardamento Adidas aquando das aparições mediáticas. Também não dispensa o mítico charuto Cohiba, fazendo parte do chamado bling-bling tão em norma hoje em dia.
Como bom nigga que é, Fidel também tem um beef com malta rival, no caso, o "pula" George W. e a sua crew, malta demasiado comercial e pouco liricista para o espírito underground cubano.
Mas não se pense que Fidel é um nigga solitário. Tem também a sua própria crew, apelidada de C-Unit, composta por jovens que começam a lançar as suas rimas. Hugo "como capitalistas ao pequeno almoço" Chavez e Evo "indio Joe" Morales são tipos que não têm problemas em iniciar uma rixa com garrafas partidas ou facas à Rambo.
Escusado será dizer que a C-Unit do nigga Fidel é poderosa e influencia outras crews no mundo inteiro. Em Portugal os niggas Valete, Bob the Rage Sense e Bernardino Soares são seguidores e aspirantes à mesma, tendo naturalmente ainda que comer muito pão com manteiga para atingirem o nível destes "radicales".
Acusados por vezes de produzirem rimas demasiado longas e ultrapassadas, os membros da Comunist Unit não desarmam, e as recentes aparições de Fidel são prova disso. Ninguém duvida que, tal como Jay-Z, também o Comandante voltará da reforma dourada, porventura apresentando um videoclip repleto de bitches e veículos do exército revolucionário modificados com jantes rotativas e vidros fumados.
A C-Unit está a crescer por todo o mundo, e um indicador disso é a crescente procura de fatos de treino semelhantes aos de Fidel, podendo mesmo vir a suplantar as t-shirts do bro Che, as sobrancelhas de Cunhal, o lenço desse grande nigga que foi Arafat e o casaco do Mourinho. Francisco Louçã, Miguel Portas e Oliver Stone já compraram o seu nas feiras de Carcavelos e de Estoi, com a pequena diferença de serem da marca Adido.
Acerca destes artigos contrafeitos Fidel já disse: Ya niggas, é na boa, It's all about the kids!
(aqui temos Fidel e Malcolm X, num encontro de niggas no Harlem na década de 60, pois claro)

Lobby dos Maus Treinadores

Enquanto prós lados da Holanda se chora baba e ranho como um puto a quem roubaram um jogo de futebol, acusando tudo e todos por um suposto lobby de arbitragem, nós aqui no zurras levantados a voz para falar do Lobby de Maus Treinadores que domina Portugal.
Somos do tempo do Luís Campas, do Carvalhal, do Peseiro e não esquecemos o Couceiro. Homens de pouca fé, desculpabilização fácil, controlo de balneário reduzido e com a aptidão táctica de um estudante universitário às 4 da manhã duma quinta-feira qualquer.
Acusa-se as autoridades europeias de prejudicarem Portugal na categoria sub-21, impedindo qualquer sucesso europeu ou mundial.
Não sabemos o que dizer, mas somos do tempo da ida de Portugal aos Jogos Olímpicos de Atenas, somos do tempo do Europeu U21 do ano passado no nosso país e estamos a viver o mesmo Europeu deste ano.
Sabemos o que a Selecção não é capaz de fazer nestas competições, e não nos parece que a culpa seja da UEFA. Gostamos de teorias da conspiração. São bonitas e por vezes muito imaginativas, mas quando se repetem por muitos anos o povo começa a olhar aos dentes do cavalo.

As curiosidades


José Sócrates tem "muito boa impressão" da formação política de Hugo Chavéz.
Tratando-se de uma formação autoritária, está - quase - tudo dito.
Restará acrescentar que Hugo Chavez se move no extremo político oposto ao que Sócrates anda a namorar. A afeição ao poder, essa, é coincidente.

Mancha Humana, Philip Roth

Leio Philip Roth, a Mancha Humana.
Excelente livro de um grande prosador, dos grandes contemporâneos.
A certa altura, uma jovem prometedora professora universitária de futuro resolve-se a enviar para um jornal um anúncio que lhe resolva os problemas sentimentais, ou sendo mais preciso, as carências sexuais.
O perfil é o seguinte.
«Homem Maduro e com carácter. Livre. Independente. Inteligente. Desafiador. Franco. Bem-educado. Espírito irónico. Com encanto. Conhecedor e amante de grandes livros. Que fale bem e claro. Esbelto. (...) Tez mediterrânica. Pref. olhos verdes. Idade indiferente. Mas tem de ser intelectual.»
O ponto de partida é Milan Kundera, resta saber qual poderia ser o ponto de chegada.
Eu aposto de imediato em João de Deus, aka João César Monteiro. Por tudo, mas mais que tudo, pelo pretensiosismo da sua intelectualidade.

Ressaca

Olá, eu sou o Pedro, faço parte dos Internautas anónimos e não vinha à Internet há 7 dias. Raisparta o Sapo.

Mais acresce que o Rafael Nadal esgalhou o tri no Roland Garros e tá feito um grande jogador na terra, não obstante os calções amaricados com que insiste em continuar a jogar.
Despachou o Federer com pinta, sem recurso a quinta partida e é, definitivamente, o jogador desta nova vaga.

Rebuçado Mental

Ora o que é que sucede? Sucede que sim.
Agora que está tudo esclarecido, vamos ao que interessa.
No âmbito da disciplina de Teoria e Prática dos Media IV, vulgo Rádio, foi pedido ao pessoal que elaborasse um programa radiofónico, coisa catita.
Dadas as evidentes limitações mentais do grupo do Zurraria, decidimo-nos por um programa de parvoíce em geral e palermice no particular.
Não nos perguntem o porquê do nome. É Rebuçado Mental simplesmente porque sim, como podia ser outra desgraça qualquer.
Bom assim sendo, aqui fica o Rebuçado Mental, criado por Bruno Nunes, David Fernandes, Filipe Silva, João Carvalho, Pedro Guerreiro e uma pequena ajuda de Nuno Costa.

Para quem não está bom da cabeça ou pretende usar o programa como futuro meio de chantagem ou tortura, podem fazer o download aqui.


Zurraria

  • Para além de ocuparmos espaço na net, desperdiçamos também papel no Jornal de Monchique...

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