Portugal History X

Depois de atingir o estrelato e a fama, António Salazar leva a primeira facada nas costas.
É triste ver como esta malta que participa nos reality shows começa a decair logo após os tais 15 minutos, trágico mesmo.
Nos momentos que se seguiram a ter ganho o seu concurso, o jovem António pensava levar uma vida de prostitutas romenas e vinho verde, fama e glamour, viagens por discotecas e por programas da manhã a contar a sua história de vida, mas rapidamente compreendeu que a realidade de um famoso não é o conto de fadas que se vê na Floribella e nas entrevistas da Judite de Sousa.
Volvidas poucas horas sobre uma vitória esmagadora sobre um comuna, um homossexual reprimido, um navegador zarolho e um burocrata, o enérgico António viu a sua entourage, que o havia suportado de forma tão bonita, cair em desgraça.
Enquanto António havia falhado por pouco a maioria absoluta o seu séquito falhou miseravelmente.
Trágico. Cómico. Tragicómico.
Sonharam demasiado alto os seguidores do menino António? Porventura. Embalados pelo momentum do seu messias terão emulado Ícaro? Neste momento parece óbvio que sim, e os próprios serão os primeiros a admiti-lo.
Será a Direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa um passo demasiado largo para as pernas do pessoal da lista X? Não sei, mas parece-me que a letra identificativa da lista foi desde logo mal escolhida. Um X?
Muito fraquinho. É do senso comum que ninguém gosta do X. Em primeiro lugar porque já ninguém acredita naquela história "do
X marca o lugar do tesouro", se bem que o Caça ao Tesouro apresentado pela Catarina Furtado foi uma lufada de ar fresco nesta situação. Segundo e último ponto: para uma lista que defendia os valores tradicionais, o X parece-me demasiado radical, pois está presente em palavras estranhas e de natureza revolucionária como x-acto, xarope, xadrez, xeque-mate. Má escolha, portanto (a rever situação no futuro. utilizar letras nacionais e coerentes com a Família portuguesa como o O e o A.
Ao ter conhecimento destes resultados eleitorais o mais recente ex-famoso do país verteu uma lágrima (nunca ao canto do olho, que isso é coisa de tipos das colónias).
António, desgostoso com a vida e recentemente deixado pela namorada seguiu o exemplo de Zé Maria, abrindo um restaurante para fugir ao fisco. Vendo o negócio a correr mal, António Salazar dirige-se neste momento para a ponte 25 de Abril (raios partam as ironias da vida), não para saltar, mas apenas para dar uma mijinha...

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