Do amor ao ódio, Borat desperta sobre todos os quadrantes todo o tipo de sentimentos que não indiferença. Esta personagem de Sacha Baron Cohen, que remonta ao seu programa “Da Ali G Show”, da HBO, personifica um repórter cazaque que se aventura numa epopeia, augurando fazer um documentário sobre a cultura dos “US and A”, para benefício da “Gloriosa Nação do Cazaquistão”.
Borat inicia, então, o documentário no Cazaquistão, na sua aldeia natal, apresentando a família e apresentando-se a si próprio e aos seus costumes, satirizados e estupidificados.
Às tantas, já nos Estados Unidos, vislumbrando Pamela Anderson num episódio de “Baywatch”, Borat Sagdiyev esquece a missão patriótica a que se entregava, para perseguir a mais famosa nadadora salvadora do planeta, por quem se “apaixona”.
Esta perseguição resulta num conjunto de paródias aos hábitos americanos, aos preconceitos americanos e numa sucessão de episódios que têm tanto mais de divertido porque não são actuados, sendo o único actor Sacha Baron Cohen. Esta característica, de reality-movie, bem como a sua personagem de cazaque fez com que o actor e o realizador Larry Charles tivessem de lidar com alguma desconfiança.
Ainda antes das estreias se acirrava a celeuma e a expectativa em relação ao que viria a ser o “Borat: Aprender Cultura da América Para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão”.
A crítica diverge. Se entre o maravilhoso e o mau gosto, kitsch puro, existem grandes diferenças? Aparentemente não. Há quem considere que Borat revolucionou a História do Cinema, da comédia, com este tipo de filme; “reality-movie”, dissemos nós, como há quem ache que Borat é só um caso incontrolado de anti-semitismo, homofobia, estupidez, e uma tentativa vergonhosa de vexar o Cazaquistão.
Mas olhar a comédia, como a vida, a preto e branco, é perder o seu melhor sumo e deixar certa moral controlar aquilo sobre que devemos rir. É crime! Décadas depois de Monty Python!
Borat parodia sempre certa cultura americana, certo preconceito americano. Esqueçam o Cazaquistão! Como o Cazaquistão podia ser o Iémen ou Portugal. Borat é uma paródia aos americanos e seus preconceitos, e meus amigos, este “Borat”, bem ou mal amado, é mesmo capaz de ser mesmo um ponto de viragem no humor, senão no cinema actual.
E Sacha Baron Cohen, - esperamos com ansiedade o próximo alter-ego – é também ele bem capaz de ser um dos melhores humoristas de sempre.

2 Responses to “Borat: Aprender Cultura da América Para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão”

  1. # Blogger Piotr O Sandinista

    Confesso que depois de ter visto o filme cheguei à conclusão que o hype e as expectativas criadas pelo Markl no post do seu blog me traíram. Apesar de considerar o filme uma comédia consistente, das melhores que apareceram nos últimos anos, não vejo a tão falada crítica social ao povo americano, pelo menos num nível tão intenso quanto o que foi publicitado.
    Não que tenha ficado desiludido, longe disso, porque já conhecia o trabalho do jornalista no Ali G Show, mas uma coisa posso afirmar: em termos de comédia, apesar de serem diferentes, este filme é largamente superado pelo poder de Little Miss Sunshine. Estão os dois na minha lista de favoritos de 2006, e Borat vale essencialmente pela performance do sr. Cohen, simplesmente genial.  

  2. # Anonymous Anónimo

    Mto bem pedrinho...apesar de o post vir um cado atrasado... estou de acordo qued é mais uma satira ao povo americano que ao povo cazack:P adianto ja k está para breve um novo filme do nosso amigo Sr. Cohen desta feita uma versao menos homofobica, muito menos homofobica, aguardem e verao...

    P.s.: quem acompanhava “Da Ali G Show” ja tem uma noçao do que por ai vem e de um rapz chamado "Bruno" :P

    Abraços e RESPECT :D  

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