um velho conhecido

Estreou em Portugal na passada quinta-feira Rocky Balboa, sexto e último filme do Italian Stallion de Filadélfia. Duas vezes Campeão do Mundo de Pesos-Pesados ao longo dos 5 anteriores filmes, Rocky está diferente. Dono de um restaurante na sua cidade Natal, Rocky, agora com sessenta anos passa o tempo a entreter os clientes com velhas histórias de guerra.
O passado está sempre presente na vida do Campeão, quer seja nas lembranças de como sobreviveu ao primeiro combate com Apollo Creed, nas memórias dos ensinamentos do velho treinador Mickey ou quando o vemos percorrer os locais que fizeram história no primeiro capítulo da sua vida e ajudaram a criar o seu mito.
Rocky Balboa, o filme, acaba por personificar a redenção de um homem que nem sempre escolheu o melhor caminho ao longo da sua vida. Tal como Rocky, também Sylvester Stallone não fez as melhores escolhas, acabando por ser hoje em dia motivo de chacota pela longa lista de flops que teve na sua carreira no cinema.
Apesar de ser fácil dizer que Stallone não tem um grande dom para a representação, a verdade é que como o próprio admite, caso tivesse feito um a melhor selecção dos filmes em que esteve envolvido teria hoje uma cotação muito melhor junto do público e da crítica.
Sou fã confesso da história do underdog de Filadélfia, e há muito que esperava pela peroração desta longa história de vida. Para a maioria dos fãs, e acho que também para Stallone, se fosse possível, a saga de Rocky seria composta apenas pelo primeiro e por este Rocky Balboa, fazendo tábua rasa dos combates contra Clubber Lang ou contra Ivan Drago, apagando mesmo da memória de todos o miserável Rocky V.
Neste Rocky Balboa apenas vemos flashbacks desses combates, e Stallone, na realização, sabe tão bem como qualquer um dos fãs que esses filmes são memórias desagradáveis do passado, mas com as quais temos que conviver. No fundo, foram esses filmes e esses combates que fizeram o Rocky e o Stallone como eles agoram são.
Rocky Balboa é emoção, é nostalgia, é uma mistura de sentimentos que nos aproxima daquela personagem, o torna terreno, falível, defeituoso no bom sentido da palavra, e Stallone joga com esses elementos impecavelmente.
Contrariando aqueles que condenavam este último capítulo, Rocky Balboa é um bom filme. Não é uma obra de arte, mas não era isso que era pedido a Sly.
Rocky despede-se em grande, e nós agradecemos.

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