Death Proof - fun fun fun

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Corria o ano de 1964 quando os Beach Boys lançaram o single Fun, Fun, Fun. Neste single Brian Wilson e companhia contam a história de uma jovem rebelde e o Ford Thunderbird do seu pai. Carros e miúdas conduzem inevitavelmente a fun, fun fun.
Não se sabe se o bebé Tarantino, com um ano de idade à altura, era fã dos Beach Boys, mas é inegável que transportou a tal fun para o seu cinema.
Na sua ode ao cinema Grindhouse criou Death Proof. Já todos ouvimos falar da premissa e do que é o grindhouse, portanto saltemos essa parte. Saltemos também a divisão dos filmes de Tarantino e Rodriguez para a Europa, simplesmente porque os americanos são um dos povos mais estúpidos à face deste planeta, irmãos Weinstein incluindo.
Quem não é estúpido é o sr. Tarantino. Haverá em Hollywood mais algum realizador que possa apresentar uma ficha como a do amigo Quentin? Que só faça filmes de que goste? Não me parece. O homem é um privilegiado senhoras e senhores. Tarantino funciona como um miúdo dentro de uma loja de doces, ou como eu na FNAC. A única diferença é que ele pode provar e comprar todos os artigos da loja, a seu belo prazer.
Todo o projecto Grindhouse não passa de mais uma veleidade da dupla "Tarandriguez", tipos dados a satisfazer qualquer guilty pleasure do momento, quer meta vampiros, mexicans ou kung fu., o importante é fazer um filme sobre isso. Ainda bem, digo eu.
Death Proof tem todos os elementos que, segundo nos foi anunciado, perfazem um filme de grindhouse, mas é mais do que isso.
É do conhecimento comum que Tarantino é um dos melhores guionistas quando se trata de escrever diálogos para mulheres, sendo-lhe reconhecido tal mérito desde Jackie Brown. Parece que o homem tem um dom para escrever diálogos extremamente realistas e tal.
Ainda assim, confesso que Death Proof passava muito bem sem alguns minutos de diálogo entre as jeitosas protagonistas, acabando por arrastar perigosamente as cenas para a quase monotonia.
As protagonistas são agradáveis aos olhos sim senhor, mas o homem que faz girar as engrenagens é Stuntman Mike, um Kurt Russell a fazer aquilo para que nasceu, e a fazê-lo muito bem. Lá está outro dom de Tarantino, trazer pessoal da oldschool para o presente. A cada momento que se ouve o carro ou se avista o Stuntman Mike a narrativa ganha novo impulso, estando-lhe destinadas as cenas de maior espectacularidade da película.
Para além da mestria do Stuntman Mike temos que lembrar que o carro é a sua arma.
Voltamos então ao Fun, Fun, Fun dos Beach Boys.
Miúdas jeitosas e carros potentes é uma formula destinada ao sucesso, basta apenas polvilhar com uma pitada de Kurt Russell e uma banda sonora à medida dos anos 70, coisa que nunca foi problema para Tarantino.
O homem é um génio do cinema e ponto final. Para um apreciador de carros e cinema como eu, as cenas ao volante valem por todo o filme. A perseguição final fica para a história do cinema e, principalmente, do entretenimento.
Mais um hole-in-one para Tarantino, cinco estrelas. Veremos como se porta Rodriguez, em Setembro com Planet Terror.

PS: Como bons europeus que somos, roubaram-nos também os trailers falsos. Muchas gracias señores...

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