sweet mary jane


Quando em 1999 Alan Ball escreveu o argumento de Beleza Americana certamente soube que estava a abrir um precedente. Ball e Sam Mendes entraram nas casas suburbanas da classe média-alta americana e mostraram uma realidade diferente da que nos era apresentada nas séries e filmes made in USA.
Não tenho cultura cinematográfica ou televisiva suficiente para dizer que alguém o fez antes ou melhor que estes senhores, por isso vamos assumir que sim.
Seguiu-se o Oscar e o reconhecimento dos criativos americanos deste mundo por explorar. Escancararam a porta e fomos apresentados a um (pouco?) admirável mundo novo. O próprio Alan Ball voltou ao dia a dia americano em Sete Palmos de Terra, com o sucesso que se sabe. Vimos mafiosos no psiquiatra, romanos com grandes egos e grandes defeitos, donas de casa longe da perfeição e hoje estreou em Portugal a primeira temporada de Weeds, ou Erva, como quiserem.
Uma dona de casa drug dealer. Onde é que o mundo vai parar?
Gostei dos dois primeiros episódios, gostei de Mary-Louise Parker, será possível não gostar? Parece-me que a parte de comédia está em grande parte reservada ao núcleo de produtores de erva, e bem. Apesar de ser um humor muitas vezes vernacular, não deixa de funcionar quase na perfeição. De lá reconheço Romany Malco, tipo com piada avistado pela primeira vez em Virgem aos 40 anos. Ainda assim, o resto dos actores não destoa, servindo perfeitamente os propósitos da narrativa.
Afinal os subúrbios americanos não são tão inócuos como se pensava. Não são perfeitos, os americanos, e Hollywood sabe disso. Afinal, todos gostamos de ver e analisar os defeitos dos outros, daí o sucesso de Weeds e dos seus semelhantes.

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