Comandante
0 seres zurraram ALTO! Zurrado por Piotr O Sandinista / terça-feira, julho 10, 2007 às 22:25.
Oliver Stone, soldado transformado em cineasta de Hollywood há mais de trinta anos foi prestar uma visita a Fidel. Por sinal levou umas quantas câmaras atrás, para mais tarde recordar.
Dessa visita com intenções biográficas saiu Comandante, documentário/homevideo que segue estas duas almas, em especial a do senhor de barbas e as palavras que saíam da sua boca.
Falam sobre Hemingway, sobre charutos, passeiam-se num mercedes blindado, almoçam e jantam juntos. Discutem-se os amores do líder cubano, os pecados do passado e do presente e o alcoolismo dos vários presidentes soviéticos.
Ficamos a conhecer um pouco mais a Cuba pós-revolução, versão Fidel. Ficamos a conhecer o próprio Fidel através da versão Fidel.
Os mais incautos poderiam pensar que Stone seria capaz de produzir uma hora e meia de documentário minimamente isento, numa perspectiva afastada do charme do sr. Castro Ruz, mas tal não acontece. Culpa da idade do revolucionário? Da fama que o precede? Provavelmente sim.
Oliver Stone é fã confesso de Fidel. Ainda assim, assenta-lhe bem o papel de inquisidor, não se furtando a colocar nenhuma questão mais sensível para o líder cubano. Ouvimos resposta para tudo, mesmo tudo, o que Stone pergunta e não pergunta a Fidel. Ouvimos respostas, versão Fidel, é claro.
No final ficamos a conhecer um pouco melhor esta figura do século XX. Tal como aconteceu com Oliver Stone, também nós ficamos enamorados da figura de Fidel, esquecendo o lado negro da força.
Pode não servir como documento político fiável, muito menos como imagem correcta da sociedade cubana contemporânea, mas Comandante permite-nos conhecer um pouco mais do dia de Fidel Castro, agora que já não lhe restam muitos.
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