Agradecimento a Eduardo Prado Coelho

Faleceu Eduardo Prado Coelho.
É comum para um banal leitor do Público reconhecer em Eduardo Prado Coelho (EPC) a melhor prosa que passava pelo diário desde a sua fundação. Eu, - jovem - que não o li desde sempre, habituei-me a passar por cima de "n" cronistas do Público para, identificando o rosto quase icónico, parar no "Fio do Horizonte", lendo a coluna, invariavelmente brilhante e lúcida. Para mim, EPC confundia-se com o próprio diário. Daqui para a frente não sei. Há muito pouco tempo, a sua coluna encontrava-se "suspensa", precisamente por motivos de saúde. Nuno Pacheco, - sub-director - substituia-o, e mesmo gostando eu bastante de Pacheco, sentia-lhe a falta, do Fio do Horizonte. Ontem li-o, ignorante sobre ser a última vez, que daquela pena não viria a sair mais nada.
Há tempos, - tenho ideia que na Visão, - saiu uma extensa entrevista com ele, que me fez admirá-lo mais ainda. Era um intelectual na verdadeira acepção da palavra, mas também um boémio, desses verdadeiros que foram de uma "esquerda" brilhante e de um activismo que já não existe, a bem dizer, porque já não é tempo disso, que não obsta, apesar do referido, à minha profunda admiração por ela.
Perdeu-se o homem, e é por esse que se chora, mas perdeu-se tanto mais. EPC é do tipo de homens, que com eles, vão levar muito, algo que, porventura, não volta nunca mais.

1 Responses to “Agradecimento a Eduardo Prado Coelho”

  1. # Blogger bravojohny

    Também eu não fazia a mínima ideia que na sexta-feira estaria a ler a última coluna dele. Caramba.  

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